O herpes simples é uma doença infecto-contagiosa causada por um vírus chamado Herpes hominis virus. Existem dois tipos de vírus do herpes simples: o tipo 1 e o tipo 2. Geralmente, o tipo 1 é responsável pelos casos de herpes labial, e o tipo 2, pelo herpes genital.
Como acontece a transmissão do vírus?
A infecção pelo herpes se dá através do contato direto com lesões infectadas pelo
vírus. Esse primeiro contato se dá, invariavelmente, durante a infância. A situação
mais comum de contágio é aquela em que algum dos pais (ou parentes próximos) é
portador do vírus, apresenta as lesões em lábio e entra em contato direto com a pele
da criança.
O que acontece depois que a criança se contamina?
Após o contato com as lesões, a pessoa passa por uma fase de incubação do vírus,
que dura em torno de 10 dias. Após esse período, algumas crianças podem
apresentar a primo-infecção herpética ou estomatite herpética primária. Essa fase é
marcada por manifestações clínicas, como febre, mal estar geral, irritabilidade,
cefaléia, perda de apetite e linfadenopatia. A seguir, podem surgir bolhas na boca, nos
lábios e na pele em torno dos lábios. Logo as bolhas se rompem, formando úlceras
extremamente dolorosas e sangrantes. O quadro clínico tem resolução espontânea em
cerca de 15 dias. Apesar da severidade da manifestação primária do herpes, apenas
1% dos pacientes que são infectados pelo vírus desenvolvem a doença clínica: 99%,
apesar de infectados, não apresentam sinais ou sintomas clínicos.
Mas não são os adultos que apresentam a doença com mais freqüência?
Sim. Na verdade, são poucas as crianças que apresentam as lesões em pele ou boca.
Após o contágio inicial (tendo ou não apresentado as manifestações clínicas), o vírus
fica “dormente” dentro do organismo e só volta a apresentar manifestações clínicas a
partir da adolescência. As manifestações clínicas que acontecem na fase adulta
ocorrem pela reativação do vírus que estava “dormente” e estão, geralmente, ligadas à
queda de imunidade.
Quais as causas da reativação do vírus?
Alguns fatores desencadeantes comuns são: febre, exposição ao sol, distúrbios
gastrointestinais, trauma mecânico, estresse e períodos menstruais.
Como são as lesões recorrentes?
As manifestações secundárias não são tão graves como as da primo-infecção. As
lesões restringem-se, na maioria dos casos, à região perioral ou perinasal, aparecendo
na forma de pequenas bolhas que estouram e são recobertas por uma crosta durante
o processo de cicatrização. O curso clínico da estomatite herpética secundária finda
em torno de 8 dias.
Existe cura para o herpes?
Não, mas existe tratamento. O tratamento visa diminuir a freqüência com que os
episódios ocorrem. Atualmente, os tratamentos envolvem drogas como o aciclovir, empregadas de forma local e sistêmica, e aplicações de laser de baixa intensidade.
Referência: Revista da APCD.