Implantes dentários osseointegráveis são parafusos confeccionados em titânio puro que podem ser colocados dentro dos ossos maxilares, funcionando como fixação para diferentes tipos de próteses dentárias: de um único dente, de vários dentes, ou até mesmo de todos os dentes. Os pacientes costumam confundir implantes com próteses fixas; na realidade, implantes servem para substituir as raízes dos dentes, em situações de perda ou impossibilidade de aproveitamento destas.
Qualquer paciente pode receber implantes?
Praticamente todos os pacientes em bom estado geral (que não apresentem doenças
de ordem médica) podem receber implantes dentários. Alguns fatores podem
influenciar no sucesso do tratamento, como, por exemplo, o fumo e a diabetes,
devendo ser avaliados previamente. O procedimento de implantação oral é um ato
cirúrgico e uma adequada avaliação é necessária antes de qualquer cirurgia bucal.
Por que alguns pacientes precisam de enxertos ósseos?
A necessidade de enxertos ósseos é freqüente. Eles podem ser feitos em uma cirurgia
prévia à implantação e, nesse caso, os implantes serão colocados após um período de
cicatrização óssea de 6 a 12 meses. Quando possível, o enxerto é realizado na
mesma cirurgia de colocação dos implantes.
É preciso realizar algum tratamento antes de colocar os implantes?
Em alguns casos sim. Deve-se eliminar qualquer processo infeccioso pré-existente na
cavidade oral, ou seja, tratamento periodontal (gengival), extração de dentes com
focos de infecção bem como tratamentos endodônticos (canais) devem ser realizados
anteriormente à implantação. Todos esses aspectos fazem parte de um planejamento
inicial realizado pelo profissional, que deve ser discutido abertamente com o paciente,
antes do início do tratamento.
Dói muito para colocar os implantes?
Não. Obviamente trata-se de um procedimento cirúrgico e um certo edema (inchaço) é
esperado, especialmente nos primeiros 5 dias pós-operatórios. O edema é tanto maior
quanto maior o porte da cirurgia. Cirurgias de enxerto ósseo costumam provocar maior
trauma. Entretanto, existem medicações específicas para o controle da inflamação
pós-operatória, assim como antibióticos (remédios que combatem infecção) e
analgésicos, que o cirurgião poderá prescrever em caso de necessidade.
Quanto tempo demora o tratamento?
Depende de cada caso. Após a colocação, os implantes permanecem em repouso por
um período que varia de 2 a 6 meses, para que ocorra o fenômeno biológico da
osseointegração (união direta do titânio ao osso), após o qual os implantes são
descobertos e uma prótese dentária é conectada ao implante por meio de uma parte
secundária denominada “abutment” ou pilar. Em casos que envolvem enxerto ósseo, o
tratamento fica inevitavelmente mais longo. Em alguns casos específicos, a prótese
pode ser instalada já no dia da cirurgia de implantação.
Existe perigo de rejeição?
Não. A taxa de sucesso dos implantes osseointegráveis é alta, havendo diversos
estudos científicos comprovando sua eficácia, mesmo após muitos anos em função
mastigatória. Existe, porém, uma possibilidade pequena de perda do implante (não
ocorrência da osseointegração), em torno de 2 a 3% dos casos, normalmente logo
após o período de repouso pós-implantação. Nesses casos o implante é removido
facilmente, podendo um novo implante ser recolocado no local.
Como devo cuidar dos implantes após o tratamento? Podem existir
complicações relacionadas aos implantes?
Os implantes, assim como os dentes e gengivas, têm de ser muito bem limpos,
utilizando-se os dispositivos (fio dental e escova) recomendados pelo seu cirurgiãodentista.
A principal complicação biológica é a periimplantite (doença que acomete o osso e a
gengiva ao redor do implante). Podem também ocorrer problemas relacionados a
planejamentos de tratamento inadequados ou a implantes colocados em posições
desfavoráveis. As complicações biomecânicas mais freqüentes são a fratura ou o
afrouxamento dos pequenos parafusos que prendem as próteses. Fraturas de
implantes podem ocorrer, embora sejam mais raras. O mais importante é o
comparecimento regular do paciente às consultas de manutenção para prevenir ou
diagnosticar precocemente qualquer alteração.
Orientações Sugeridas por Mauro Tosta - Coordenador do Curso de Formação em Implantodontia da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas - Regional Jd. Pauli